quinta-feira, 19 de abril de 2007

Definição, origem e significado da palavra HOLÍSTICA


HOLÍSTICA, HOLOGIA E HOLOPRÁXIS

Do grego holos significa todo, inteiro, integral, totalidade, realidade. O prefixo holos integra o novo paradigma holístico, representa uma resposta inteligente à crise de fragmentação dos saberes, que embasa a dissociação dos componentes da realidade, que impõem a ignorância à humanidade, ameaçando a sua própria continuidade. O modelo holístico tem em conta o movimento dinâmico entre o todo e as partes, reconstituindo a dialética real da verdade de todas as coisas sustentadas na binaridade dos fenômenos e leis da mecânica do Universo Relativo, onde a realidade, a totalidade e a verdade, se configuram sobre o substrato da complementaridade.

O novo paradigma gnoseolístico surge à medida que o paradigma antropocêntrico se vai revelando insatisfatório perante a nova realidade dos novos tempos. Os erros provocados pelo antropocentrismo provocaram uma crise humana perigosa. Vivenciamos uma crise multidimensional na sua abrangência sem precedentes na história humana. Esta crise é decorrente da fragmentação do conhecimento e da desvinculação dos valores de sustentabilidade da vida.

A visão holística apresenta uma resposta inteligente à crise global gerada pela visão antropocêntrica. O paradigma holístico teve como ponto de partida o postulado evidenciado por Jan Smuts (1926) do continuum matéria-vida-mente. A abordagem holística é inclusiva, integrativa, ao considerar interdependência entre as partes e o todo, numa integrativa cosmovisão, que considera a dinâmica todo-e-as-partes. Cada gota de água é um elemento de um oceano, que ao separar-se do oceano se transforma evento que traz em seu bojo todas as propriedades do oceano, que por sua vez reflete e contém todas as propriedades da gota. É uma visão na qual o todo está nas partes e vice-versa.

A abordagem holística da realidade fundamenta-se na holologia e na holopráxis. A holologia consiste na teoria da experimentação do modelo holístico, de acordo com critérios científicos rigorosos. A holopráxis consiste num conjunto de métodos experienciais que conduzem à vivência holística.

A educação holística permite-nos extirpar todos os elementos antropocêntricos que esfacelam o conhecimento e a vivência humana. O objetivo da formação gnoseolística é combater o caráter fragmentado do ser humano, reintegrar o ser humano à percepção e vivência do todo, que é o fundamento básico da visão holística.
O trabalho do despertar com os Três Fatores de Revolução da Consciência, proposto pela Psicologia Revolucionária, conduz o ser para o desenvolvimento do seu equilíbrio pessoal e harmonia consigo e com o universo vivo. Transformando-o num novo modo de ser, de perceber, de pensar, de sentir e de agir, de perceber a totalidade a partir dos seus diversos aspectos.

O estudo gnoseolístico torna-o mais consciente de si mesmo ao habilitá-lo a ser o condutor do seu próprio caminho, ao dar-lhe uma visão integrada e holística que conduz à integração do ser. O processo do despertar da consciência holística e da integração individual, leva o ser humano a relacionar-se melhor com a natureza, com os seus semelhantes e consigo mesmo.

Assim cada ser humano vai escolhendo o seu caminho: o da violência ou o da paz. Os resistentes ao despertar da consciência, são adeptos do passado e do conhecido e ao mostrarem medo no avanço em direção ao desconhecido, acabam por ser soterrados, excluindo-se da civilização da paz, pois somente aos revolucionários da consciência é dada por herança a plenitude das conquistas.

Ser contemporâneo em si mesmo, vivenciar a filosofia da instantaneidade, é extremamente difícil e constitui-se num imenso desafio do nosso momento histórico. Na trajetória da vida, caminhamos da idade da razão para a idade da consciência no mais amplo sentido.

A nova idade da consciência holística, exige seres contemporâneos em si mesmos, qualificados para o vivenciamento da inteireza dos factos. Onde o indivíduo antropocêntrico de consciência mutilada, fragmentado na mente e no coração será automaticamente extirpado do futuro, por incompetência de viver o presente, removido para o museu do passado. Apenas os inteiros estarão preparados para os novos desafios. Por essa razão, o termo-chave é holístico, proveniente do grego holos, que significa inteiro, total.

O mundo de hoje, fundamentado no paradigma antropocêntrico, já está esfacelado em conseqüência do conhecimento fracionado, alojado em compartimentos estanques, destituído de um sentido maior, totalmente desvinculados da sagrada inteireza holística.

Neste cenário, o movimento gnoseolístico avança em direção à totalidade, da realidade da verdade de todas as coisas, promovendo uma profunda revolta da inteligência, uma revolução da consciência, marchando suave e irreversivelmente, recrutando os mais sensíveis e atentos a mudanças, para composição do exército de construtores da cultura da paz. O movimento gnoseolístico constitui-se na esperança do devir para a humanidade. É uma resposta biológica e vital de perpetuação da espécie perante a ameaça de uma autodestruição global; é um catalisador de transmutação no seio do qual se está a gerar o ser humano do agora.
Cabe a todos nós lutar contra o fragmentalismo e enfrentar o desafio da inteireza, para que possamos construir o ser humano integral, vinculado na dimensão da concidadania planetária, sustentada sobre o saber, a paz e o amor. Pessoas das mais diversas origens, religiões e culturas, estão a começar a despertar a consciência e a caminhar em direção à inteireza dos factos holísticos.

A nossa realidade quotidiana calcada no antropocentrismo, marcada pela violência descomedida, revela-nos a causa da desagregação, através da desvinculação e da fragmentação que nos afasta dos valores transcendentais, nos afasta de Deus e da Integração com o Universo. Daí torna-se urgente o desenvolvimento de uma consciência gnoseolística baseada em valores mais elevados. O Paradigma Holístico representa uma nova concepção do mundo, expressa uma nova atitude inovadora e influencia várias disciplinas do conhecimento científico, entre elas a Física Quântica, a Psicologia Transpessoal, etc.

A concepção Holística reconhece a importância da mecânica das partes na síntese na totalidade, o que nos conduz ao respeito pela natureza e pela vida. A Holologia e holopráxis são dois fundamentos básicos da abordagem holística transdisciplinar. Holologia é a via intelectual e experimental destinada a adquirir o saber, através da análise e do conhecimento racional resultante da atuação activa do hemisfério cerebral esquerdo, da racionalidade, da lógica e da abstração. A holologia desenvolve as funções psíquicas do centro intelectual, pensamentos, raciocínios, etc. e as do centro emocional, que são responsáveis pelas sensações, pelos sentimentos, etc. Já a Holopráxis constitui-se no caminho vivencial destinado ao Ser. Para que o saber se torne sabedoria é necessária a via experiencial, sintética, intuitiva e de mergulho na essência, para o desvelar do Ser. Através da holopráxis pode-se despertar o hemisfério cerebral direito, despertar musicalidade, e obter a percepção directa e imediata da mística. A holopráxis é responsável pelo desenvolvimento das funções psíquicas, tais como sentimento e intuição.

A gnoseolística conduz-nos a uma cultura de paz através de uma visão holística transdisciplinar, onde o educando inicia a jornada do despertar, por intermédio do desenvolvimento integrado das quatro funções psíquicas: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Tudo isto se faz centrado nos estados da consciência: vigília, sonho, sono e transpessoal, para propiciar a abertura e a harmonização no plano individual.

O trabalho com os Três Fatores de Revolução da Consciência (TFRC) leva o estudante ao desenvolvimento do equilíbrio pessoal e da harmonia consigo e com o universo vivo. Pois provoca mudanças do modo de ser, de perceber, de pensar, de sentir e de agir do aprendiz. A prática diária dos TFRC ao aprendiz tornar-se mais consciente de si mesmo, habilitando-se a ser o condutor de seu próprio caminho.

Pela visão gnoseolística podemos compreender a tendência que o Universo possui de sintetizar unidades em totalidades organizadas. O homem integral é um todo indivisível. Ele não pode ser explicado integralmente através da lógica antropocêntrica, somente pelos seus distintos componentes físicos e psicológicos, considerados separadamente. Somente pode se enunciado pelo Holos, que significa, totalidade, pois não se pode ver apenas as fragmentações do todo, uma vez que tudo é interdependente e tudo se interliga e se inter-relaciona de forma global.

A formação gnoseolística possui uma didática perfeita que permite ao estudante dissolver de dentro de si mesmo os germes do ego responsáveis por toda a espécie de reducionismo científico, somático, religioso, niilista, materialista, racionalista, mecanicista, antropocêntrico e outros. A palavra Holismo foi criada pelo filósofo sul-africano Jan Smuts (1870 - 1950), para explicar que a integralidade é uma característica fundamental do universo, produto do impulso de síntese da natureza.
O Dr. Pierre Weil, vice-presidente da Universidade Holística Internacional, principal mentor do movimento holístico no Brasil, estabeleceu a holologia e a holopraxis, como fundamentos complementares da holística e definiu a abordagem holística da realidade como sendo a tendência para se lançar pontes sobre todas as fronteiras de reducionismo humano. A holologia se relaciona ao enfoque especulativo e experimental da Holística, que se destina à obtenção ou ao desenvolvimento de uma compreensão clara e de uma interpretação correcta da não-dualidade contida nos meios clássicos, ligados ao pensamento discursivo. Já a holopraxis refere-se ao conjunto dos métodos e experiências de vivência directa do real pelo ser humano, além de qualquer conceito, representando o caminho vivencial para a experiência holística, de natureza transpessoal.
“O mesmo vale pode ser visto a partir de diferentes colinas, que quanto mais alta mais se amplia a visão.” Há muitas maneiras de ver a mesma coisa. Há muitas versões da mesma verdade. Porém, há somente uma verdade! A Visão Holística permite-nos ver com clareza, as versões da verdade e com inteireza a totalidade da verdade. Ela consiste num modo especial de ver o mundo, uma nova maneira de leitura do mundo de modo ecumênico, universal. A abordagem holística contempla todos os outros modos de leituras e de abordagens do mundo. Pela visão holística dá para saber que o ego é a causa do subjetivismo, a raiz de todo complicação humana, a chave da fragmentação, do reducionismo, do antropocentrismo, do aparecimento das enumeras religiões, partidos, facções, etc. Pela visão holística dá para perceber que o ego é o fator de desintegração de tudo, de fragmentação, etc.

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